sexta-feira, 8 de maio de 2009

Sobreviva e ganhe depois - Elie Horn


O "mito" se transformou em homem de carne e osso. O empresário Elie Horn, presidente e controlador da Cyrela Brazil Realty, a maior incorporadora de imóveis do país entrou numa das salas de reunião da sede da empresa para conceder sua primeira entrevista a um jornalista brasileiro.

Aos 64 anos de idade, 46 deles a frente de sua companhia, Horn forjou ao longo da carreira a fama de empreendedor arguto e discreto. Aproveitou como ninguém o recente boom imobiliário brasileiro e a onda de aberturas de capital. Com o IPO da Cyrela, em 2005, levantou 900 milhões de reais e ingressou no reduzido grupo de bilionários brasileiros. Praticante fervoroso do judaísmo, Horn sempre evitou qualquer exposição pública - em grande medida porque os ensinamentos religiosos pregam a humildade.

Em sua primeira entrevista a imprensa brasileira, Elie Horn, dono da Cyrela, fala sobre como encara a crise e o que é possível aprender com ela.

Que tipo de executivo o senhor gosta de ter trabalhando ao seu redor?
Primeiro tem de ser honesto. Depois tem de ter boa índole e ser trabalhador. 0 mais importante e o caráter. A inteligência vem depois. E tem que vestir a camisa da empresa.

0 senhor é muito religioso. Como essa característica se manifesta na condução dos negócios?
Deus cria seres diferentes, com credos diferentes, para cada um, no fim chegar a Ele a sua maneira. Acredito em Deus e na missão humana. Qual a minha missão nesta Terra? Primeiro, fazer o bem. Grande parte do meu patrimônio, não vou dizer quanto, irá para a caridade. Meu pai doou tudo o que tinha. Com isso dá um significado ao trabalho. Eu posso transformar o produto do trabalho em dinheiro a depois usar o dinheiro para ajudar pessoas menos favorecidas. 0 dinheiro pode ser santificado quando ajuda a salvar pessoas.

Mas em alguns momentos o lado empresário e o lado religioso devem entrar em conflito...
Não. Estamos aqui com a missão de ligar o espiritual ao material. Na hora em que você ganhou um tostão e esse tostão ajuda a salvar uma criança, você santificou e dignificou o dinheiro fruto de seu trabalho. Nessa hora, tudo o que parece ser egoísta deixa de ser.



Reportagem de Cristiane Correa - Leia todo a entrevista na Revista Exame 25/03/09.

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